Uma matéria publicada pelo Jornal O Globo me deixou preocupado com a situação da Educação em nosso país. Sabemos que o sucateamento das escolas e do ensino é cada vez mais recorrente em nosso cotidiano. De acordo com a reportagem, o MEC - Ministério da Educação vai recomendar que todas as escolas públicas e privadas não reprovem mais alunos matriculados nos três primeiros anos do ensino fundamental, ou seja, mesmo que analfabetos, passarão para o próximo ano. Bom, nós professores sabemos como os alunos, principalmente de escolas públicas, chegam no Ensino Médio, antigo 2º grau. Alguns não sabem ao menos conjugar um verbo, interpretar uma texto, localizar geograficamente regiões do próprio país ou até mesmo fazer uma simples conta de matemática. A qualidade do ensino é mais que preocupante.
No Brasil, temos um dos piores inícios de alfabetização do mundo. Além de todas as situações adversas que muitas de nossas crianças são reféns diariamente, ainda tem que conviver com a total falta de infra-estrutura para a realização das aulas na maioria dos casos. São escolas que não oferecem um mínimo de conforto aos alunos para uma boa aprendizagem.
Nas últimas décadas ainda temos que contar com a falta de apoio e investimento nos professores da rede pública. Cada dia eles tem menos condições para trabalhar, mais conteúdo a passar, menos preparação para assegurar aos alunos um desempenho maisqualificado nas próximas séries. Isso tudo sem levar em conta os baixíssimos salários que os professores recebem, como é o caso dos servidores estaduais no Rio de Janeiro.
Essa decisão do MEC só vem para deficitar ainda mais o nosso ensino. Mas, como hoje em dia tudo que se faz é pensando em números, o Brasil, portanto, deve ter sempre altos números de aprovações, mesmo que o estudante não saiba ao menos escrever seu nome corretamente. Esses números servirão para o governo mostrar a outros países a fajunta evoluação na Educação brasileira, ou seja, vender produto forjado, de péssima qualidade, propaganda enganosa.
O Ensino Fundamental é onde nossas crianças estão passando pelas principais transformações de suas vidas. É nesta fase que preparamos os futuros cidadãos brasileiros e temos o dever de despertar a paixão pelo estudo. Devíamos sim era cobrar mais seriedade das pessoas que cuidam da educação pública de nosso país, nosso estado e nosso município. Cobrar mais investimentos na qualificação dos professores, dedicar a eles um plano sério de carreiras e salários, incentivar o professorado a investir na profissão, melhorar a estrutura das escolas disponibilizando mais bibliotecas, computadores.
Os governos deviam olhar com outros olhos para a Educação. Temos que levantar esta bandeira. Pra mim, como diz o brilhante Jornalista Boris Casoy com seu jargão "Isto é uma vergonha". Vergonha por que o que vale não é o ensino, mas sim números de que nossos alunos não são tão reprovados como antigamente. Mas isto não nasce agora, no governo do PSDB também tivemos algo parecido. Aqui no município do Rio de Janeiro isso já acontece, infelizmente.
Fico estarrecido com esta notícia. Professores, pais, amigos, cidadãos de bem de nosso Estado. Temos que mostrar a indignação contrária esta proposta e sugerir, ou melhor, recomendar ao governo que invista mais na Educação e nos professores.
Reproduzo abaixo um trecho da matéria ao qual me causou profunda trizteza.
- "O Brasil tem uma cultura forte de reprovação. Como estamos atualizando as diretrizes para a educação, vamos recomendar fortemente o princípio da continuidade. Sabemos que não tem a força de uma lei, mas as recomendações do CNE direcionam o sistema educacional - explica Edna, dizendo ainda que o Conselho espera que o Brasil deixe, daqui a alguns anos, de reprovar em todas as séries do ensino fundamental. - O ideal é que a criança conclua mesmo em nove anos, pois ser reprovada faz com que interrompa o sucesso escolar que poderia ter. No Nordeste, onde temos altas taxas de evasão, a reprovação é uma das responsáveis pelo aluno abandonar o colégio."
Edna Martins Borges, coordenadora-geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).
Leia a matéria na íntegra. Clique aqui.
Professor Fraga
No Brasil, temos um dos piores inícios de alfabetização do mundo. Além de todas as situações adversas que muitas de nossas crianças são reféns diariamente, ainda tem que conviver com a total falta de infra-estrutura para a realização das aulas na maioria dos casos. São escolas que não oferecem um mínimo de conforto aos alunos para uma boa aprendizagem.
Nas últimas décadas ainda temos que contar com a falta de apoio e investimento nos professores da rede pública. Cada dia eles tem menos condições para trabalhar, mais conteúdo a passar, menos preparação para assegurar aos alunos um desempenho maisqualificado nas próximas séries. Isso tudo sem levar em conta os baixíssimos salários que os professores recebem, como é o caso dos servidores estaduais no Rio de Janeiro. Essa decisão do MEC só vem para deficitar ainda mais o nosso ensino. Mas, como hoje em dia tudo que se faz é pensando em números, o Brasil, portanto, deve ter sempre altos números de aprovações, mesmo que o estudante não saiba ao menos escrever seu nome corretamente. Esses números servirão para o governo mostrar a outros países a fajunta evoluação na Educação brasileira, ou seja, vender produto forjado, de péssima qualidade, propaganda enganosa.
O Ensino Fundamental é onde nossas crianças estão passando pelas principais transformações de suas vidas. É nesta fase que preparamos os futuros cidadãos brasileiros e temos o dever de despertar a paixão pelo estudo. Devíamos sim era cobrar mais seriedade das pessoas que cuidam da educação pública de nosso país, nosso estado e nosso município. Cobrar mais investimentos na qualificação dos professores, dedicar a eles um plano sério de carreiras e salários, incentivar o professorado a investir na profissão, melhorar a estrutura das escolas disponibilizando mais bibliotecas, computadores.
Os governos deviam olhar com outros olhos para a Educação. Temos que levantar esta bandeira. Pra mim, como diz o brilhante Jornalista Boris Casoy com seu jargão "Isto é uma vergonha". Vergonha por que o que vale não é o ensino, mas sim números de que nossos alunos não são tão reprovados como antigamente. Mas isto não nasce agora, no governo do PSDB também tivemos algo parecido. Aqui no município do Rio de Janeiro isso já acontece, infelizmente.
Fico estarrecido com esta notícia. Professores, pais, amigos, cidadãos de bem de nosso Estado. Temos que mostrar a indignação contrária esta proposta e sugerir, ou melhor, recomendar ao governo que invista mais na Educação e nos professores. Reproduzo abaixo um trecho da matéria ao qual me causou profunda trizteza.
- "O Brasil tem uma cultura forte de reprovação. Como estamos atualizando as diretrizes para a educação, vamos recomendar fortemente o princípio da continuidade. Sabemos que não tem a força de uma lei, mas as recomendações do CNE direcionam o sistema educacional - explica Edna, dizendo ainda que o Conselho espera que o Brasil deixe, daqui a alguns anos, de reprovar em todas as séries do ensino fundamental. - O ideal é que a criança conclua mesmo em nove anos, pois ser reprovada faz com que interrompa o sucesso escolar que poderia ter. No Nordeste, onde temos altas taxas de evasão, a reprovação é uma das responsáveis pelo aluno abandonar o colégio."
Edna Martins Borges, coordenadora-geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).
Leia a matéria na íntegra. Clique aqui.
Professor Fraga
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